Tecnologia BIM possibilita obras mais econômicas e gerenciamento mais preciso no setor da construção civil
Capaz de melhorar a eficiência dos projetos de engenharia, o Sistema BIM está ganhando espaço no mercado da construção civil, de acordo com o Sienge, fornecedora de solução para construção civil. Segundo a empresa, o método proporciona ganhos de até 40% no tempo de concepção e orçamentação. Em uma pesquisa do mapeamento BIM Brasil Maturidade, cerca de 70% das empresas que ainda não utilizam o sistema, que é também uma ferramenta de gestão, têm pretensão de adotá-lo nos próximos dois anos.
O sistema BIM, sigla em inglês para Building Information Modeling, que significa em português Modelagem de Informação da Construção, integra os processos executivos de uma obra envolvendo todas as etapas (concepção dos projetos, cronogramas e orçamentos), atualmente, é bem importante por gerar uma economia substancial no processo construtivo e prevê, ainda na etapa de projetos, as interferências que cada disciplina possa ocasionar em outra, informa Albert Marcelo de Melo, graduado em Engenharia Civil, com MBA em Projeto, Desempenho e Construção de Estruturas e Fundações.
“A previsão de uma tubulação que passe por uma viga, por exemplo, que previamente não havia sido calculada para isso, ou uma tubulação de gás que conflite com outra tubulação hidráulica ou elétrica, chamamos de compatibilização de disciplinas de projeto. Essa compatibilização por muitas vezes era ignorada ou, às vezes, feita de forma simplificada, comprometendo a precisão de informações”, declara Albert.
O sistema BIM traz uma revolução ao sistema construtivo, diz o engenheiro civil, uma vez que tenta equalizar a maioria das variáveis dentro da construção civil, trazendo grande relevância para os profissionais que executam e gerenciam as obras. Muitos problemas que acontecem nas obras são previstos na etapa de projeto e solucionado antes do início.
Melo, que também tem cursos de soluções para Projetos de Engenharia, ressalta outro ponto importante em relação ao sistema BIM, que é a precisão no levantamento dos quantitativos dos insumos, orçamentos e cronogramas. Ele avisa que todo o alinhamento gerado por este sistema possibilita grande economia na compra de materiais e maior controle dos prazos de realização de cada etapa de uma obra.
Um marco para a adoção do BIM no Brasil veio através do Decreto nº 9.377/18, com a finalidade de promover um ambiente adequado ao investimento e a difusão no país. Mas foi revogado pelo Decreto nº 9.983/19, que o complementou dispondo também sobre estratégia nacional de disseminação do BIM, além de instituir o Comitê Gestor da Estratégia, órgão deliberativo destinado a implementar a estratégia e gerenciar ações. A iniciativa pretende aumentar em dez vezes a implantação da plataforma BIM. Com isso, espera-se que 50% do PIB da construção civil utilize a metodologia até 2024.
A tecnologia BIM a partir deste ano, 2021, também passou a ser utilizada no desenvolvimento de projetos de arquitetura e engenharia do setor público, de acordo com o Decreto nº 10.306/20. A Modelagem de Informações da Construção deverá ser utilizada na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal.
Conforme o especialista, o sistema é relativamente novo e normalmente encontra algumas resistências para a implantação devido à dificuldade de adaptação e interoperacionalidade entre os profissionais envolvidos no processo. Também menciona que existem alguns softwares no mercado que possibilitam projetar a aplicação do sistema BIM, facilitando essa adaptação.
Para o engenheiro Albert Melo, que há mais de 20 anos executa e gerencia obras de médio e grande porte e que já elaborou inúmeros projetos de estrutura em concreto armado, cálculos estruturais e realizou centenas de orçamentos e compra de insumos para as obras da construção civil, “o sistema BIM traz uma grande revolução na maneira de realizar a gestão das obras e poderá influenciar positivamente na execução das obras públicas e privadas, teremos obras mais rápidas, organizadas, econômicas e seguras”.
[via https://www.terra.com.br/]