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Construção pode reduzir em 40% o consumo de energia por meio da tecnologia

O Ministério de Minas e Energia (MME) divulgo em maio um estudo sobre eficiência energética na construção. Ele reúne discussões, resultados e possíveis procedimentos que podem ser adotados na adaptação de um canteiro, utilizando métodos sustentáveis e digitais de execução.

Segundo a pesquisa, a adoção de ferramentas tecnológicas, voltadas para o aproveitamento de energia, pode reduzir o consumo energético em até 40% nos canteiros brasileiros. Se concretizado, a economia total pode chegar aos 161 TeraWhatts (TWh), considerando prazo máximo até 2050.

O diretor do Departamento de Acompanhamento Energético do MME, Carlos Alexandre Pires, contou que esse valor equivale ao consumo anual de eletricidade de cerca de 3.360 mil domicílios. Além disso, a economia dos 161 TWh ainda reduziria a emissão de carbono em 815 mil toneladas, contribuindo, inclusive, no desempenho da política, adotada pelo Brasil, de redução dos gases do efeito estufa.

Pires explica que todas as etapas da construção de um edifício foram consideradas nesse cálculo: da pré-operacional, na fabricação dos materiais, até as fases de projeto, de construção e de operação do edifício. No total, foram 20 soluções digitais analisadas pelo MME, em parceria com o governo alemão, que selecionaram as mais relevantes:

  • A adoção de tecnologias de gestão e automação;
  • A adoção de programas computacionais de modelagem dos edifícios; e
  • A adoção de tecnologias de gerenciamento e segurança dos dados. Essas, em especial, seriam aplicadas nos desenhos e modelagens dos edifícios, de forma a aumentar o desempenho energético da edificação por anos. Para isso, podem ser utilizadas alternativas de orientação solar e de sistemas de ventilação, por exemplo.

Um possível impacto da aplicação dessas iniciativas, apontado pela pesquisa, seria a padronização de componentes e processos de construção.

RESULTADOS

A adesão às ferramentas digitais no ramo das edificações inclui os setores residenciais, comerciais e públicos. Assim, considerando os possíveis resultados e consequências da adoção das medidas de eficiência energética nos canteiros, a pesquisa elencou três cenários mais prováveis de se concretizarem:

  1. Um mais lento: em que o ganho de eficiência energética é baixo, em níveis inferiores a 10% do total de 161 TWh — resultado comparável ao consumo anual de eletricidade de até cerca de 840 mil domicílios, equivalendo a emissões evitadas da ordem de 200 mil tCO2;
  2. Um moderado: em que o potencial de eficiência energética decorrente da digitalização atinge patamares de 20 a 30% do total de 161 TWh, comparável ao consumo anual de eletricidade de até cerca de 2.520 mil domicílios, e equivalendo a emissões evitadas da ordem de 610 mil tCO2.
  3. Um com rápida adaptação ao digital, que atinge níveis de 30 a 40% do total de 161 TWh, comparável ao consumo anual de eletricidade de até cerca de 3.360 mil domicílios, e equivalendo a emissões evitadas da ordem de 815 mil tCO2.

“A digitalização no segmento de edificações é implementada em ritmo rápido no país, sendo fortemente induzida pelo Estado, com ampla participação de investimentos privados e adoção acelerada de tecnologias digitais. Abrange todas as tipologias de edificações, em função da efetiva integração entre os diversos mecanismos institucionais e regulatórios voltados para digitalização, eficiência energética e habitação”, diz o documento.

OBSTÁCULOS

Dentre os possíveis percalços, entretanto, estão a continuidade da crise econômica e o baixo crescimento da economia. Eles podem:

  1. Pressupor a inexistência de linhas de crédito específicas para a implementação de soluções digitais nas edificações; e
  2. Prejudicar a falta de definição precisa de papéis e responsabilidades em relação ao uso e garantia de equipamentos incorporados à edificação.

[via https://www.aecweb.com.br/]