Construção deve ser a protagonista da retomada do crescimento
O governo Temer começa com sinalização positiva, ao se propor a reequilibrar as contas públicas, sustentado por uma base governista majoritária no Congresso.
A redução do número de ministérios é louvável, mas precisa ser acompanhada por produtividade na gestão pública. A austeridade será um dos fatores decisivos para a redução dos juros e da inflação, condição necessária para a retomada do crescimento.
A construção civil deve ser um dos principais protagonistas desta retomada, devido ao potencial gerador de empregos e renda do setor. Para tanto, ela deve ser estimulada, e não ainda mais prejudicada pelas próximas medidas econômicas.
Para tanto, é salutar a intenção anunciada pelo governo de desburocratizar os processos de privatizações, concessões e parcerias público-privadas (PPPs). Mas para que elas se concretizem, será preciso instituir taxas de retorno atrativas, facilidades no acesso ao crédito mediante aceitação das receitas futuras como garantia, segurança jurídica dos contratos e estímulos à participação de médias e pequenas empresas.
Na habitação, é revigorante a decisão de manter o Programa Minha Casa, Minha Vida. Espera-se que nova orientação política no Ministério das Cidades fortaleça a política de erradicação do déficit habitacional com a participação decisiva de Estados, Municípios e da iniciativa privada.
Já a indústria imobiliária ainda tende a seguir demitindo nos próximos meses, devido aos juros altos e à escassez de crédito e de novos contratos. Quando se restabelecer o controle sobre as contas públicas e a confiança dos investidores for resgatada, num cenário de redução da inflação e de novas facilidades nos financiamentos habitacionais, rapidamente este segmento reagirá, voltando a empregar massivamente”.
Artigo: José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP
Fonte: Assessoria / InfraRoi