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Conheça critérios técnicos para escolha de fôrmas para concreto

Escolher entre as fôrmas para concreto de madeira, aço, PVC, alumínio, papelão, chapas fenólicas e plástico é uma tarefa que deve seguir critérios técnicos, especialmente características e necessidades de cada obra. A decisão, porém, não deve se nortear pelo valor de locação ou aquisição. “Entre os quesitos a serem considerados estão a produtividade desejada, o número de reutilizações, o acabamento esperado, os equipamentos para transportes verticais disponíveis na obra e a experiência da mão de obra que irá utilizar o sistema”, ensina o engenheiro Alexandre Pandolfo, chefe de Operações da Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso (ABRASFE).

As fôrmas mais utilizadas pela construção civil brasileira são as de madeira, aço e plásticas. As de madeira estão no topo do ranking, principalmente em obras leves e de edifícios residenciais. “Elas permitem ajustes no local e são relativamente leves”, indica o engenheiro Jefferson Carlos da Silva, consultor Técnico da ABRASFE.

Já a construção industrializada e, também, as imobiliárias e indústrias priorizam a fôrma de aço, que é forrada com compensado plastificado e face de contato de aço. Com número alto de aproveitamento, são movimentadas nos canteiros por gruas ou minigruas.

A fôrma plástica é muito utilizada na execução de lajes, podendo também ser empregada em paredes, eliminando a utilização de compensado.

“Dependendo da experiência do pessoal de obra e da necessidade, dos equipamentos de transporte, do número de reaproveitamentos, as fôrmas podem ser aplicadas em todo tipo de construção, não há um limitador. Claro que algumas têm resistência menor e outras maiores, assim como há aquelas mais fáceis de manusear do que outras. Mas, se tudo for executado de acordo com o projeto, poderá haver uso sem problemas”, explica Pandolfo.

REUTILIZAÇÕES, DURABILIDADE, RESISTÊNCIA

“As reutilizações de qualquer tipo de fôrma dependem do cuidado no manuseio com o material, na desforma, transporte e armazenamento”, observa Pandolfo, lembrando que existem as fôrmas com a face de contato de aço, que permitem usos ilimitados. No outro extremo, as de papelão são descartáveis, portanto, utilizadas uma única vez.

Esses cuidados também são importantes para a durabilidade das fôrmas, independentemente do material. Outros fatores que se somam são a velocidade de lançamento do concreto, das cargas aplicadas, do equipamento adequado para manusear a fôrma e da qualidade do material.

Em linhas gerais, a resistência das fôrmas depende da temperatura do concreto, do tipo de concreto, da altura de concretagem, da velocidade de lançamento, dos travamentos adequados e do tempo de pega (secagem).

FÔRMAS DE MADEIRA

No caso das fôrmas de madeira, com chapa compensada plastificada e de boa qualidade, utilizando na execução do concreto mão de obra especializada, seu reaproveitamento chega a cerca de 30 vezes. “Em alguns casos, como na execução de lajes, os compensados podem ser usados nos dois lados”, comenta Silva. A produtividade dessas fôrmas varia de 0,8 a 1,5 m²/hh (homem-hora por metro quadrado).

“São mais indicadas para o setor predial, onde temos peças ‘menores’. Por exemplo, a pressão é menor para a execução de um pavimento tipo com pilares com 20 cm x 60 cm e altura de 2,80 m, o que permite número médio de reúsos”, diz Pandolfo.

As fôrmas de madeira têm como vantagem os ajustes fáceis em obra, leveza para transportar e trabalhar no canteiro e serem adaptáveis a qualquer estrutura. No entanto, geram entulho e passivos ambientais. A madeira deve ter origem certificada.

FÔRMAS DE AÇO

Os chassis de aço, em si, podem ser reaproveitados muitas vezes. “O compensado que constitui o contato da fôrma deve ser trocado a cada 50 a 80 usos, em média”, ensina Silva. Essas fôrmas resistem a grandes pressões de concretagem, mas esse desempenho depende da temperatura e tipo do concreto, altura de concretagem e tempo de pega (secagem). Existem formas até de 80 kn/m² (kilonewton por metro quadrado).

A vantagem do material é a resistência a grandes pressões e sua alta durabilidade. Por outro lado, conta como desvantagem o peso elevado da fôrma e sua produtividade, que é de 2 a 3,5 m²/hh.

FÔRMAS DE PVC

“A reutilização da fôrma de PVC, se for constituída como elemento de contato dentro de um chassi estruturado, varia de 200 a 400 usos”, aponta Silva. Sua resistência pode variar de 15 a 40 Kn/m², em decorrência da estrutura dos chassis e da quantidade de travamentos. Não há dados disponíveis quanto à produtividade do material.

Fôrmas de PVC garantem melhor acabamento da superfície. Porém são caras e de difícil reciclagem e reparos.

FÔRMAS DE ALUMÍNIO

Essa é uma solução que pode ser usada mais vezes, entre 250 a 1000 usos. Sua resistência depende muito da estrutura dos chassis e da quantidade de travamentos, podendo variar de 15 a 50 kn/m2.

De acordo com os engenheiros da ABRASFE, as fôrmas de alumínio só apresentam vantagens. “O material é bastante leve, o que ajuda no transporte e execução dos serviços, aumentando a produtividade da mão de obra. Tem ainda, alto valor na revenda por reciclagem”, lembra Pandolfo, acrescentando que a produtividade vai de 3 a 5,5 m²/hh.

FÔRMAS DE PAPELÃO

Essas fôrmas são mais utilizadas para pilares circulares. E utilizadas uma única vez, porque a desforma é feita cortando a fôrma. “Já existe fabricação para seções quadradas e retangulares”, diz Silva.

A pressão para seção circular é distribuída uniformemente na concretagem de pilares circulares, com diâmetros entre 0,15 m a 1,00 m.

“As fôrmas de papelão permitem a execução de seções circulares com ótimo acabamento. O material é leve, o que facilita o manuseio. Como desvantagem, o custo por metro quadrado executado é alto, já que não há reaproveitamento. Além disso, exige alta quantidade de travamentos externos”, fala Silva. Não há dados disponíveis quanto à sua produtividade.

FÔRMAS DE CHAPAS FENÓLICAS

As fôrmas de chapas fenólicas podem ser reutilizadas entre 100 a 250 vezes. “Poderia ser a mesma quantidade de reutilizações quando utilizadas com chassi de aço, ou seja, de 50 a 80 usos”, afirma Pandolfo.

Sua resistência varia entre 15 e 40 kn/m², em função da estrutura dos chassis e da quantidade de travamentos.

Essas fôrmas permitem ajustes no local, têm boa durabilidade e qualidade do acabamento. Mas seu reparo não é tão simples. A produtividade das fôrmas chapas fenólicas vai de 2,0 a 3,5 m²/hh, se adotadas com chassis de aço.

FÔRMAS PLÁSTICAS

Dependendo dos cuidados, as fôrmas plásticas permitem grande número de reaproveitamento (de 100 a250 vezes), o que é favorável à sustentabilidade. “Quando utilizadas em lajes, fica eliminada a utilização da chapa de compensado para apoio, gerando melhor acabamento. São produzidas industrialmente”, destaca Silva.

Há, porém, desvantagens. O material exige adequação à determinadas tipologias estruturais, pede o uso forros e paginações de alvenarias e de demais fechamentos horizontais. Expostas ao sol, podem sofrer deformações espelhadas no concreto acabado ou em fugas de nata. A produtividade vai de 1,2 a 2,5m²/hh.

CUSTOS

Os engenheiros da ABRASFE indicam os custos de cada tipo de fôrma, registrados em maio de 2021.

O custo da madeira é de cerca de R$ 800/m³ de madeira, o que resulta em preços médios de R$ 110 a R$ 190/m² fornecidos. Não existe a possibilidade de locação. Com altas repetições e ciclos mais alongados, podem ser competitivas.

As fôrmas de aço podem ser alugadas a preços, por dia, que variam de R$ 0,60 a 2,50/m². Ou compradas por R$ 500 a R$ 900/m².

A locação das fôrmas de PVC vai de R$ 0,70 a 2,50/m² por dia, dependendo da peça.

Em alumínio, a locação diária fica entre R$ 0,70 e 2,50/m² e, para venda, vai de R$ 800 a 1.500/m².

As fôrmas de chapas fenólicas podem ser alugadas por custo entre R$ 0,60 e 2,50/m² por dia. Ou compradas por preços que variam de R$ 500 a R$ 1.200/m².

A locação diária das fôrmas plásticas vai de R$ 0,90 a 2,20/m². Podem ser compradas por R$ 450 a R$ 750/m².

Via AECweb

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