5 formas de evitar desperdícios de materiais de construção para aplicar agora
Em suas obras você já deve ter ouvido frases como “mais vale sobrar do faltar” ou “já compra mais uns três que é pra não faltar”. É comum ver este tipo de pensamento quando se trata da compra de materiais de construção. Por este e por outros motivos é que a indústria da construção civil gera tanto desperdício.
Para que você consiga reduzir o desperdício de materiais nas suas obras, apresentarei neste artigo onde ocorrem os maiores desperdícios e como evitá-los. Com isso, você entenderá como é possível economizar não só em custo, mas também em tempo, evitando retrabalhos de compras e devoluções.
Mostrarei exemplos práticos de como um quantitativo preciso é gerado a partir de um projeto e como você pode armazenar de forma correta os materiais de construção. Além disso, você entenderá o impacto ambiental que os desperdícios geram e formas de reduzi-lo.
Quais os materiais mais desperdiçados na construção?
Quando você olha no seu papa entulho ou na área de descarte da sua obra, quais os materiais que são mais comuns e que acumulam mais?
Dentre os materiais de construção desperdiçados, os que se destacam pelo volume são:
- Madeira de caixaria
- Concreto
- Reboco
- Tijolo
E dentre os materiais que impactam mais no seu orçamento estão:
- Revestimentos
- Aço
- Acabamentos danificados em obra
Além disso, há uma variável maior no consumo de materiais: a mão de obra. Dependendo dela, haverá um desperdício maior. Por isso, para se orçar ou quantificar materiais com precisão, é importante conhecer a sua mão de obra.
Qual o impacto destes desperdícios no seu orçamento e no meio ambiente?
Listei acima os materiais mais desperdiçados na construção e, cada um deles, tem um impacto no seu orçamento. Uns não são muito caros como o reboco e o concreto, mas geram um custo adicional de descarte pelo seu volume. Outros são materiais mais caros como pisos e o aço.
Outro fator importante além do financeiro para ser levado em consideração é o impacto ambiental. Cada material possui uma “pegada” ambiental para ser produzido e para ser descartado.
Materiais como concreto e reboco, tem muita demanda de energia em seu processo por conta do cimento e de seu transporte devido à densidade.
Materiais como aço também possuem alta demanda de energia por conta da sua fabricação. Da mesma forma, revestimentos cerâmicos e tijolos recebem muita energia para se transformarem a partir de uma argila. Dependendo da fonte de energia, isso gera poluição e outros impactos ambientais.
Por isso, cada vez que economizamos materiais de construção em nossas obras, estamos também economizando recursos naturais muitas vezes não renováveis e poluindo menos. Nesta mesma linha, há uma defesa do uso de madeira de reflorestamento como pinus por capturar CO2 da atmosfera.
No entanto, todo o seu beneficiamento e transporte geram gastos de energia e impacto no meio ambiente também. Ao se sujar de concreto, o reaproveitamento de tábuas de caixaria ainda é limitado. Por isso se deve otimizar o uso dentro do canteiro de obras, buscando a reutilização em novas fôrmas.
Como evitar estes desperdícios de materiais de construção civil?
Agora mostrarei a você as diversas maneiras e abordagens para se reduzir os desperdícios de materiais na sua construção. Com isso, você poderá economizar recursos e, ao mesmo tempo, melhorar processos.
1- Compra exata
Um fator chave na diminuição dos desperdícios é a compra exata. E para se fazer a compra exata, você pode calcular tudo na mão ou extrair de projetos BIM quantitativos muito precisos. As duas opções existem e vai da sua escolha. Os projetos BIM facilitam muito em escalas maiores onde calcular na mão e atualizar um cálculo se torna inviável.
Apesar de gerar quantitativos mais precisos, um cuidado que se deve ter mesmo em projetos BIM é a especificação correta dos materiais de construção a serem comprados. Um outro fator de desperdício de tempo e material é a compra do material errado. Se é necessário um tipo específico de selante, um outro tipo pode gerar retrabalho e perda de qualidade.
2- Prazo de validade
Outro fator importante para se atentar é o tempo até a utilização do material. Ainda no exemplo do selante, se você for usar só daqui um mês os selantes, não é bom comprá-los agora pois com o tempo ele fica mais espesso e difícil de se aplicar. Além disso, é importante se atentar ao armazenamento dos materiais.
3- Armazenagem correta
Para garantir a qualidade dos materiais em geral, é essencial armazená-los adequadamente. Alguns materiais são mais sensíveis que os outros, mas até a areia se for mal armazenada pode se misturar com material orgânico e perder qualidade. Materiais como cimento e argamassa devem ser guardados em ambientes secos e ventilados.
4- Seguir a orientação do fabricante
Um hábito pouco comum é ler as especificações do fabricante na própria embalagem quando não for possível receber um treinamento específico dado pelo mesmo. Na Brasil ao Cubo, já recebemos empresas como TIGRE e Amanco, representantes da Brasilit, Eternit, de tintas diversas. Em cada uma destas visitas pedimos um treinamento.
Desta forma adquirimos o conhecimento necessário para melhor utilizar os materiais e também mantermos a garantia dada pelos fabricantes. As vezes estamos gastando produto desnecessariamente, como por exemplo pondo muita cola nos canos, mas não aplicando a solução preparadora de superfície, essencial para o processo.
Ao ler as instruções dos fabricantes ou receber um treinamento específico, é possível diminuir desperdício, melhorar processos e aumentar a qualidade.
5- Cuidado no manuseio
Pode ser óbvio, mas uma parte considerável do desperdício ocorre por conta da falta de cuidado no manuseio dos materiais de construção. Principalmente os acabamentos devem ser armazenados e manuseados com cuidado pois qualquer dano ficará aparente pelo resto da vida útil da obra.
Para isso, é importante trabalhar com cuidado com estes materiais em ambientes limpos e organizados. Isso facilita o seu manuseio correto e a sua conservação. Mas o cuidado do manuseio se estende também a materiais como cimento. Se um saco de cimento fura há uma perda de material por vazamento e por contato com o ambiente, por exemplo.
O que fazer com o material descartado?
Parte do valor de alguns materiais descartados podem ser reavidos através da reciclagem. Isso se aplica principalmente a metais como cobre, alumínio e aço, mas também pode ser aplicado a areias e restos de concreto que podem ser utilizados para aterro. Para que isso aconteça, você deverá buscar empresas que façam esta coleta.
É importante se certificar de que a destinação dos materiais descartados seja correta. Materiais não inertes como asfalto devem ser destinados a aterros sanitários ou recicladores específicos e não podem ser utilizados como aterro.
Métodos construtivos que reduzem desperdício
Já existem no Brasil métodos construtivos que reduzem muito os desperdícios. Em geral, qualquer pré-fabricação ou industrialização resulta em uma maior eficiência no uso de materiais e redução nos desperdícios.
O método construtivo modular, por exemplo, onde grande parte dos materiais utilizados já vem sob medida dos fornecedores, há uma redução muito grande nos desperdícios. Comparado a uma construção convencional onde os desperdícios giram em torno de 20%, uma construção modular gera menos de 5% de desperdício.
Além disso, na Brasil ao Cubo fizemos um programa onde todo o valor gerado pelos materiais reciclados é revertido em caixa para eventos dos colaboradores. Desta forma há um empenho na organização e separação dos materiais descartados.
Para reduzir os desperdícios nas suas obras você pode focar desde a melhora nos projetos, quantitativos e especificações até o armazenamento e a utilização dos materiais. Com isso, será possível reduzir prazos, custos e inclusive aumentar a qualidade das suas obras.
Via Sienge