Inovação tecnológica na construção
Você certamente já ouviu falar que inovar é condição de sobrevivência para as empresas, ainda mais em um cenário de crise e de intensa competitividade. Mas como aplicar a inovação tecnológica na construção e obter lucro com isso? Ainda mais sabendo que falta inovação na engenharia nacional.
Será que realmente vale a pena investir em inovação tecnológica na construção?
O texto a seguir procura responder essas perguntas. Confira!
A inovação tecnológica na construção pode ser mais simples do que você imagina
A inovação é um dos assuntos mais comentados no mundo empresarial. Os especialistas afirmam que a tecnologia pode garantir a perenidade e a sustentabilidade das empresas.
Só que muitas vezes, a ideia de inovar fica limitada àquilo que é feito por meio de soluções revolucionárias e a ideias geniais que envolvem pesquisa pesada e o registro de patentes.
Na verdade, a inovação vai além da criação de tecnologias sofisticadas. Inclui também adaptações relativamente simples e o incremento criativo de processos e rotinas já existentes nos escritórios ou nos canteiros de obra.
“É possível ter inovação em métodos de gestão, em arranjo de escritório, em operação de canteiro de obras e até no relacionamento pessoal numa construtora”, cita o engenheiro especializado em custos e planejamento e colunista do Buildin, Aldo Dórea Mattos.
Inovar consiste em um processo de implementação de novas ideias, visando gerar valor para uma organização.
Ou seja, é como se disséssemos que o que gostaríamos de saber é como a inovação tecnológica na construção pode aumentar o faturamento, dar acesso a novos mercados, aumentar as margens de lucro, reduzir o tempo de construção etc.
Tipos de inovação
Você sabia que há diferentes formas de inovar?
Há, por exemplo, a inovação de produto. É possível destacar também a inovação de processo. Esta não causa necessariamente impacto no produto final. Mas gera benefícios no processo de produção, como aumentos de produtividade e redução de custos.
A inovação de processos, aliás, é a que traz os resultados mais rápidos para as empresas, engenheiros e arquitetos.
Há, ainda, a inovação de modelo de negócios, que consiste em mudanças na forma como um produto ou serviço é oferecido ao mercado.
A inovação pode ser classificada ainda, em função do seu impacto. Nesse caso, ela pode ser de dois tipos:
- Incremental – Reflete pequenas melhorias contínuas em produtos ou em linhas de produtos
- Radical – Supõe uma mudança drástica na forma como o produto ou serviço é consumido
“Inovações radicais provocam grandes mudanças no mundo, enquanto inovações incrementais preenchem continuamente o processo de mudança”, dizia o economista Joseph Schumpeter. Ele foi um dos primeiros a considerar as inovações tecnológicas como um motor do desenvolvimento capitalista.
A inovação tecnológica na construção
Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as inovações aplicáveis à construção civil se distinguem em quatro grupos:
- Inovações que melhoram o comportamento em uso da edificação para o usuário pela ótica de requisitos de desempenho (térmico, estrutural, impacto ambiental etc.);
- Inovações que afetam o processo produtivo. Decorrem de materiais, componentes ou subsistemas construtivos que revolucionam ou produzem mudanças incrementais no processo de produção;
- Inovações que impactam os processos internos das empresas ligados não só ao produto, mas aos processos administrativos. Em geral, essas inovações provém da implantação de softwares e de novos arranjos de trabalho com fornecedores;
- Inovações que afetam a promoção do produto e sua colocação no mercado. São as inovações de marketing.
A realidade brasileira
O Brasil tem um longo caminho a percorrer se quiser estar entre as nações mais inovadoras do mundo.
Somos apenas o 57º em uma lista de 63 países pesquisados pelo Índice Global de Inovação desenvolvido pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, em parceria com a Cornell University (EUA), o Insead (França) e o GH Knowledge Partners. No topo da lista estão economias como Suíça, Holanda, Suécia, Reino Unido, Cingapura, Estados Unidos, Finlândia, Dinamarca, Alemanha e Irlanda.
A construção pode ajudar o Brasil a superar esse déficit. Como? Primeiro porque se trata de um dos setores mais importantes para a economia, responsável por quase 8% do PIB brasileiro. Depois porque estamos falando de uma indústria cada vez mais pressionada para produzir com mais qualidade, sustentabilidade e menores margens de lucro.
Há de se destacar, ainda, a multiplicação das startups de tecnologia para a construção com capacidade para influenciar as práticas do mercado nos próximos anos, como destaca o professor e colunista do Buildin Alonso Soler. Uma série de iniciativas setoriais já nos mostram que o setor, ou parte dele, está engajado rumo à maior inovação.
Saiba mais sobre termos relacionados à inovação
Antes de continuar a explanar sobre a importância de inovar, vamos abrir parênteses para explicar brevemente alguns termos que sempre aparecem quando o assunto é inovação tecnológica na construção:
- Disrupção – Refere-se ao ato ou efeito de romper-se, quebra de um curso normal de um processo. O termo ganhou maior relevância com o professor de Harvard, Clayton Christensen. Ele passou a utilizá-lo para descrever inovações que geraram produtos ou serviços capazes de desestabilizar concorrentes que, até então, eram líderes em seus mercados. Exemplos de tecnologias disruptivas são o Youtube, as câmeras digitais, e o Airbnb.
- Startups – Trata-se de uma empresa nova no mercado à procura de um modelo de negócios inovador, repetível e escalável, que trabalha em condições de extrema incerteza ao se propor fugir do status quo.
- Construtechs – São as startups especializadas em resolver problemas da cadeia da construção.
- Proptechs – São as startups que oferecem produtos tecnologicamente inovadores ou novos modelos de negócios para o mercado imobiliário.
Estima-se que existam no Brasil mais de 350 startups dos setores de construção e imobiliário, segundo o mapa do Construtech Ventures.
Como isso vai ajudar o seu negócio?
Você está ansioso para saber por que deve apostar na inovação? Saiba que é possível inovar até mesmo na Engenharia de Custos e no Planejamento de obras. Então vamos a alguns pontos bem objetivos:
- A inovação agrega valor aos produtos, diferenciando a empresa no ambiente competitivo. Isso é ainda mais sentido em indústrias de commodities (quando o produto final oferecido é parecido com o dos concorrentes).
- A inovação de processos pode induzir ganhos de produtividade consideráveis. A implantação de uma boa plataforma de gestão de projetos, apenas para citar um exemplo, pode ajudar a empresa a economizar tempo e dinheiro ao agilizar a tomada de decisões. Pense nisso!
- A inovação tecnológica na construção pode abrir novos mercados e prover mudanças na organização industrial. Além disso, oferece às empresas uma vantagem para penetrar mais rapidamente em mercados existentes e conectar-se com mercados em desenvolvimento.
- A inovação tecnológica pode prover maior segurança aos trabalhadores. Nos Estados Unidos, por exemplo, já há construtoras que colocam sensores inteligentes nas roupas de seus trabalhadores para obter ganhos em segurança. É a tecnologia em prol da redução de riscos.
- A inovação tecnológica na construção pode levar ao desenvolvimento de novas fontes de suprimento de matéria-prima e insumos.
- Uma única inovação pode ser capaz de melhorar o desempenho financeiro da empresa, seja aumentando a receita ou reduzindo os custos.
Por onde começar a inovar?
Garantir que a inovação aconteça e traga os benefícios esperados às empresas e ao meio ambiente não é tarefa fácil.
É preciso, por exemplo, investir na capacitação tecnológica dos colaboradores, incluindo a mão de obra, e criar um ambiente que valorize novas ideias. Também é crucial assegurar que a gestão da inovação esteja conectada à estratégia da empresa.
Outro passo importante é criar um processo para selecionar ideias com potencial de gerar impacto. Lembre-se que os colaboradores estão diretamente em contato com o dia a dia da operação. Por isso mesmo, podem detectar problemas e identificar mais facilmente oportunidades para melhorar.
Também vale aproximar-se das construtechs e observar as soluções que elas oferecem para solucionar as fragilidades da cadeia da construção.
Via Buildin